Otávio Cícero Pinto protagoniza outra história de
superação. O jovem de 18 anos, morador de Carua ru (PE), nasceu com a síndrome
de Duchenne, que o colocou em uma cadeira de rodas no início da adolescência.
Dois irmãos também tiveram o mesmo diagnóstico, sendo que um deles morreu. Com o
objetivo de motivar os dois filhos, Márcia Belo Pinto conheceu a Associação dos
Portadores de Deficiência de Caruaru (APODEC). Lá, Otávio e o irmão Weverton
Belo conheceram a bocha e se encantaram. Há cinco anos, a dupla treina e se
profissionaliza. Otávio tornou-se atleta na classe BC3 e já coleciona medalhas e
troféus em campeonatos regionais. "O esporte me abriu horizontes. Por meio da
competição, pude conhecer novos lugares, como Brasília e Curitiba, além de
conquistar amigos por todos os cantos", comemora. Com os treinos constantes, a
doença estabilizou: não comprometeu músculos saudáveis e corrigiu o alinhamento
do seu tronco. O sonho do esportista é conquistar uma vaga na seleção
brasileira, por isso os treinos são intensos visando esse objetivo.
Infelizmente, a equipe de Caruaru não possui espaço físico para
continuar os treinos. "A previsão do retorno das atividades é abril, porque
estamos em negociação com a prefeitura sobre a liberação de espaços em colégios
da rede municipal de ensino. Vamos treinar nem que seja na rua, já que iremos
competir no Regional Norte e Nordeste, em junho, em João Pessoa (PB)", fala
Esnane da Silva, diretor de esportes da APODEC.
A nova
geração
Dirceu José Pinto, campeão paraolímpico e mundial de bocha, está se preparando para a Copa do Mundo de 2011, em BelFast, na Irlanda do Norte. Ele joga há nove anos e diz que é muito bom ver novos atletas se dedicando a esse esporte. "Hoje, as condições são melhores, já temos equipamentos que são utilizados pelos times europeus. Essa facilidade motiva jovens a conhecerem e praticarem a modalidade. Os que se destacam e chegam ao nível de seleção, passam a receber bolsas que custeiam as despesas", afirma.
Dirceu José Pinto, campeão paraolímpico e mundial de bocha, está se preparando para a Copa do Mundo de 2011, em BelFast, na Irlanda do Norte. Ele joga há nove anos e diz que é muito bom ver novos atletas se dedicando a esse esporte. "Hoje, as condições são melhores, já temos equipamentos que são utilizados pelos times europeus. Essa facilidade motiva jovens a conhecerem e praticarem a modalidade. Os que se destacam e chegam ao nível de seleção, passam a receber bolsas que custeiam as despesas", afirma.
Dirceu José Pinto -Campeão paraolímpico e mundial de bocha |
Ganhador de medalha de ouro na categoria individual nas
Paraolimpíadas de Pequim e parceiro de Eliseu Santos na conquista de outra
medalha, Dirceu ajuda a divulgar o esporte no Brasil. Para o professor Ivaldo
Brandão, presidente da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE),
os resultados são animadores. "Apesar da carência em relação à divulgação,
nossas últimas medalhas fizeram a imprensa dar um pouco mais de atenção à
modalidade. Todo tipo de divulgação é válida, já que se trata de um esporte que
realmente muda a vida de pessoas", conclui. Brandão acredita que a bocha será
destaque nas Paraolímpiadas de Londres, pois os olhos de todos estarão voltados
para o desempenho das equipes, já visando os jogos que acontecerão no Rio de
Janeiro, em 2016. "O Ministério do Esporte precisa nos dar mais atenção, pois
fazemos milagres com verba curtíssima e mesmo assim, estamos cada vez melhores.
O esporte tem alcançado municípios, os mais carentes do País, e o número de
jogadores cresce a cada ano. Esse é o jogo da inclusão, porque qualquer pessoa
com deficiência física pode participar, com adaptações ou não."
O campeão Dirceu deixa um recado para os iniciantes: "A
primeira atitude que o atleta deve tomar é sair de casa, perder a vergonha da
sua deficiência e dedicar-se com muito empenho ao esporte. Eu mesmo treino até
12 horas por dia. Por mais difícil que seja, devemos buscar o melhor, porque o
resultado certamente será positivo, em todos os sentidos"
Fonte:Revista Sentidos